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Nos últimos anos, o Pix se consolidou como o principal meio de pagamento no Brasil, pela sua praticidade e rapidez. Mas essa mesma agilidade também abriu espaço para fraudes e golpes financeiros. Diante do aumento exponencial de casos, o Banco Central anunciou novas regras para facilitar a recuperação de valores no Pix, trazendo mais proteção ao consumidor e responsabilidades adicionais para as instituições financeiras.
As atualizações publicadas pelo Banco Central determinam que:
Criado pelo Banco Central em 2021, o Mecanismo Especial de Devolução (MED) é um sistema que permite o bloqueio e a devolução de valores transferidos via Pix em casos de fraude ou falha operacional.
O consumidor pode solicitar a devolução dentro de um prazo definido, que pode chegar a até 80 dias em situações de fraude. Durante a análise do pedido, os valores ficam bloqueados na conta do recebedor por até sete dias e, caso a fraude seja confirmada, o dinheiro é devolvido para a conta da vítima; se não houver comprovação, os recursos são liberados ao recebedor.
Com as novas regras, o MED será aprimorado, passando a contar com maior rastreabilidade, capaz de alcançar inclusive contas intermediárias utilizadas por golpistas, e prazos mais ágeis para a devolução.
De acordo com dados recentes do Banco Central, os golpes envolvendo Pix já movimentaram bilhões de reais desde a criação do sistema. Os casos mais comuns envolvem:
Essas situações colocaram pressão sobre o sistema financeiro e exigiram medidas regulatórias mais rígidas.
A mudança representa um avanço importante para os consumidores, já que aumenta a possibilidade de reaver valores perdidos em golpes, mas exige atenção redobrada: é fundamental registrar o boletim de ocorrência e contestar a operação imediatamente para que o procedimento seja eficaz.
Para os bancos e instituições financeiras, as novas regras ampliam a responsabilidade na prevenção e no tratamento de fraudes, sob pena de sofrerem sanções administrativas e responderem judicialmente.
Do ponto de vista jurídico, a jurisprudência brasileira já reconhece a responsabilidade das instituições financeiras em casos de fraudes digitais, aplicando o Código de Defesa do Consumidor e a teoria do risco da atividade, o que reforça a importância de políticas internas de segurança cada vez mais robustas.
Apesar das novas regras, especialistas alertam que a prevenção ainda é a melhor forma de proteção. Algumas medidas importantes são:
As novas regras do Banco Central para a recuperação de valores no Pix são um avanço na proteção do consumidor, mas não eliminam os riscos. A combinação entre regulação, boas práticas de segurança e orientação jurídica adequada é essencial para enfrentar o cenário crescente de fraudes digitais.
Entre em contato com a nossa equipe para entender como proteger você e sua empresa contra golpes digitais.
Por
Erika Knochenhauer
Advogada