Notícias 30.09.25

Recuperação de valores no Pix: novas regras do Banco Central prometem mais proteção ao consumidor 

Introdução  Nos últimos anos, o Pix se consolidou como o […]

Introdução 

Nos últimos anos, o Pix se consolidou como o principal meio de pagamento no Brasil, pela sua praticidade e rapidez. Mas essa mesma agilidade também abriu espaço para fraudes e golpes financeiros. Diante do aumento exponencial de casos, o Banco Central anunciou novas regras para facilitar a recuperação de valores no Pix, trazendo mais proteção ao consumidor e responsabilidades adicionais para as instituições financeiras. 

O que mudou com as novas regras 

As atualizações publicadas pelo Banco Central determinam que: 

  • Bancos e instituições de pagamento devem agilizar a análise de contestação feita pelo cliente em caso de golpe. 
  • Haverá padronização do processo de devolução de valores, reduzindo a burocracia e ampliando a proteção. 
  • O mecanismo especial de devolução (MED), já existente, passa a ser fortalecido com prazos mais curtos e maior transparência na comunicação com os clientes. 

Como funciona o MED (Mecanismo Especial de Devolução) 

Criado pelo Banco Central em 2021, o Mecanismo Especial de Devolução (MED) é um sistema que permite o bloqueio e a devolução de valores transferidos via Pix em casos de fraude ou falha operacional.  

O consumidor pode solicitar a devolução dentro de um prazo definido, que pode chegar a até 80 dias em situações de fraude. Durante a análise do pedido, os valores ficam bloqueados na conta do recebedor por até sete dias e, caso a fraude seja confirmada, o dinheiro é devolvido para a conta da vítima; se não houver comprovação, os recursos são liberados ao recebedor.  

Com as novas regras, o MED será aprimorado, passando a contar com maior rastreabilidade, capaz de alcançar inclusive contas intermediárias utilizadas por golpistas, e prazos mais ágeis para a devolução. 

O cenário de fraudes com Pix 

De acordo com dados recentes do Banco Central, os golpes envolvendo Pix já movimentaram bilhões de reais desde a criação do sistema. Os casos mais comuns envolvem: 

  • Perfis falsos em redes sociais; 
  • Clonagem de WhatsApp; 
  • Sequestros-relâmpago e extorsões; 
  • Links fraudulentos com promessas falsas de promoções. 

Essas situações colocaram pressão sobre o sistema financeiro e exigiram medidas regulatórias mais rígidas. 

Impactos práticos e jurídicos 

A mudança representa um avanço importante para os consumidores, já que aumenta a possibilidade de reaver valores perdidos em golpes, mas exige atenção redobrada: é fundamental registrar o boletim de ocorrência e contestar a operação imediatamente para que o procedimento seja eficaz.  

Para os bancos e instituições financeiras, as novas regras ampliam a responsabilidade na prevenção e no tratamento de fraudes, sob pena de sofrerem sanções administrativas e responderem judicialmente.  

Do ponto de vista jurídico, a jurisprudência brasileira já reconhece a responsabilidade das instituições financeiras em casos de fraudes digitais, aplicando o Código de Defesa do Consumidor e a teoria do risco da atividade, o que reforça a importância de políticas internas de segurança cada vez mais robustas. 

Boas práticas de prevenção 

Apesar das novas regras, especialistas alertam que a prevenção ainda é a melhor forma de proteção. Algumas medidas importantes são: 

  • Desconfiar de pedidos de transferências urgentes, mesmo de contatos conhecidos; 
  • Habilitar notificações de transações financeiras; 
  • Usar limites de transferência no aplicativo do banco; 
  • Redobrar o cuidado com links recebidos por SMS, e-mail ou redes sociais. 

Conclusão 

As novas regras do Banco Central para a recuperação de valores no Pix são um avanço na proteção do consumidor, mas não eliminam os riscos. A combinação entre regulação, boas práticas de segurança e orientação jurídica adequada é essencial para enfrentar o cenário crescente de fraudes digitais. 

Entre em contato com a nossa equipe para entender como proteger você e sua empresa contra golpes digitais. 

Avatar Erika Knochenhauer

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Erika Knochenhauer


Advogada

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